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Foto do escritorLierson José Godinho Brígido

POST 11

17.11.2020 - O grande dia – o transplante da medula óssea e os primeiros dias pós-transplante

E depois de duas semanas de preparação e tratamentos específicos, chega o grande dia: 25.03.20! Tudo preparado, paciente à postos e equipe pronta. Prepara-se o conjunto de equipamentos de apoio, instala-se a bolsa com o sangue da medula óssea de meu irmão e se conecta ao PIC. Começamos por volta das 11:00hs da manhã e avançamos até pouco depois das 13:00hs. Sucesso: nenhuma intercorrência e tudo conforme o previsto!

A parte mais emocional do processo tinha sido superada; festa da equipe, da família e dos amigos. Mas me lembro que a véspera foi de ansiedade e orações: estava tranquilo em função de toda a preparação feita, mas, no fundo, no fundo, ainda ficava aquela sensação de insegurança! Foi difícil dormir: vinha à minha mente todos os meses que se antecederam àquela data. A cabeça não parava de rodar e de pensar em todos os sacrifícios feitos, os inúmeros votos de sucesso recebidos, as constantes comunicações por mensagens. E mesmo que eu não quisesse, aquela interrogação boba: será que vai dar tudo certo?

Já há alguns dias eu havia perdido o paladar e estava basicamente na base de sorvetes e milkshakes (o que colaborava para um humor não tão equilibrado). Somado ao isolamento a que fomos forçados pela Pandemia do Corona Vírus, eram poucos os momentos de descontração: a Viviane procurava se entreter com pequenas coisas; jogávamos buraco sempre que dava. Eu continuei a me dedicar aos estudos: sempre que dava, estava lendo os livros de Direito e assistindo às aulas gravadas da Campos Salles, para não perder o semestre.

As medicações se espalhavam ao longo do dia (e da noite). Exames de sangue todos os dias, em torno das 5:30hs. Cuidados bucais a cada dois dias e fisioterapia duas vezes por dia! Tudo ajudava, mas a ansiedade ... essa era difícil de controlar.

Mas deu tudo certo, e passada a data do transplante sem maiores sobressaltos, começava a contagem do tempo para a pega. Fizemos um bolão interno para colher os palpites da equipe médica (médicos, enfermeiros, auxiliares, fisioterapeutas, psicólogos, nutrição, etc.) quanto a data que teríamos a confirmação: mais um momento de descontração que ajudou muito! Para que vocês entendam, para efeito de se dar a pega da medula recebida, o protocolo interno da BP exigia que os exames de sangue feitos apresentassem por 2 dias consecutivos: número de plaquetas acima de 20.000 e de neutrófilos acima de 500/mm3 sem necessidade transfusional.

Os dias se sucederam e a expectativa crescente; a cada novo exame de sangue, uma nova esperança!!! Entrávamos em abril: os casos do Corona Vírus se multiplicando lá fora e nós isolados no quarto. Tudo novo, uma doença ainda desconhecida e que exigiu medidas de precaução para garantir a segurança dos pacientes e de seus acompanhantes. Novos transplantes, quando não urgentes, foram postergados. As equipes tiveram que adotar procedimentos mais restritivos e as visitas médicas foram reduzidas para evitar quaisquer problemas; tratava-se de uma luta diária e que todos teríamos que vencer juntos. E vencemos!!!

No próximo post: Outros casos – Importante conhecer!










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