28.11.2020 - O poder da fé
Ter fé ajuda? No meu caso posso afirmar com total segurança que sim. Ela nos dá a sensação de que não estamos sozinhos! E isso independe de sua religião. Segundo Fish (1988), a potência da cura está na própria fé, e não em Deus.
Alguns estudos sobre o assunto também mostram que sim: um deles, realizado pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, mostrou que a religiosidade fortalece pacientes que lutam contra o câncer. Outro, nos Estados Unidos, feito pela Universidade de Duke na Carolina do Norte, constatou que pacientes com hábitos religiosos apresentam 40% menos chances de sofrerem depressão durante o tratamento não apenas do câncer, mas das doenças em geral. Ou seja, a fé teria influência positiva para o nosso sistema imunológico.
Segundo a ciência biológica, a fé é o resultado da interconexão de diversas regiões cerebrais. Experimentações demonstraram que orações repetidas diminuem os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração, baixam a pressão sanguínea e reduzem a velocidade das ondas cerebrais.
Como diziam os antigos: a fé move montanhas! Não literalmente, obviamente, mas há algo bem concreto por detrás dessa afirmação. A fé nos dá esperança, conforto ; nos faz acreditar que existe algo mais do que as medicações para combater um mal que nos aflige. Acredito piamente no pensamento positivo: bons fluidos e desejos sinceros sempre trazem bons resultados.
Sou de uma família católica-apostólica-romana, e sempre participei das atividades religiosas. Em minha juventude participava nas missas de sábado à noite na Igreja de Lençóis Paulista, tocando violão e cantando. A correria de São Paulo me afastou por longos anos das cerimônias religiosas; nunca perdi a fé, mas deixei de dedicar parte de meu tempo à minha religiosidade. Só mais recentemente, em novembro de 2018, é que voltei a frequentar uma comunidade religiosa aqui perto de casa. E agora penso se não foi um chamado especial e uma feliz coincidência: alguns meses depois teria minha doença diagnosticada! E foi muito importante ter retomado o lado espiritual. Me ajudou muito na ocasião e continua ajudando até hoje.
Durante a fase de tratamento inicial e logo depois que avisei meus familiares e amigos do que se passava comigo, foram muitas as correntes de oração e missas de intenção feitas em meu nome: não canso de agradecer a todos que delas participaram, em pensamentos e orações. As orações para Nossa Senhora de Fátima e São Galvão, além de suas pílulas, se repetiam incessantemente. Orações diárias que recebo de amigos me acompanham até hoje.
Sem dúvida que a medicina tem grande parte na minha recuperação; mas não há como negar que a fé teve sua parcela também! E grande. E hoje temos evidências de que a medicina, a psiquiatria, a psicologia e a psiconeuroimunologia, entre outras, se propõem a respeitar a importância da fé e das crenças (religiosas ou não) do paciente na evolução de sua doença.
De meu lado, não tenho a menor dúvida do poder da fé e de seu grande poder de cura; principalmente por criar uma atmosfera de esperança para o paciente que acaba ativando alguma coisa em nosso corpo físico que contribui diretamente para a recuperação. Alguns dias antes de ser internado para o transplante, estive na Igreja de São Benedito aqui pertinho de casa e recebi a benção/unção dos enfermos de nosso pároco, o Padre Elinaldo; foi sem dúvida muito importante para mim e me deu a tranquilidade espiritual para enfrentar o desafio que vinha pela frente.
E quando me internei, levei as imagens de Nossa Senhora de Fátima e de São Galvão que me acompanharam durante todo o processo na cabeceira de minha cama.
No próximo post: a alta para casa e os cuidados/isolamento.
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