13.01.2021 - A Vacina contra o COVID-19
Que aninho complicado este que se encerrou, hein? Um pouco mais de 100 anos da gripe espanhola que matou centena de milhares de pessoas ao redor do mundo, vê-se a humanidade novamente às voltas com uma pandemia causada por um vírus. Não vou aqui discutir teorias da conspiração e nem atribuir sua existência à causas propositais.
O importante é que nunca tínhamos visto antes tamanha mobilização mundial na busca de uma vacina que pudesse combater o vírus e seus efeitos e com resultados promissores em tão pouco tempo. Em que pese o momento tecnológico que vivemos e que, sem dúvida, favoreceu os laboratórios e institutos de pesquisa a rapidamente chegarem a suas vacinas, as implicações com as vidas e as situações econômicas das grandes nações foi outro determinante nessa busca. Além disso, a maioria das técnicas utilizadas não é nova: diversas vacinas que já são largamente utilizadas nos seres humanos foram adaptadas para o novo SARS-COV-2.
A tabela que anexo neste post apresenta os 4 tipos de vacina (em termos de tecnologia empregada) que hoje atingiram a fase 3 e estão em fase de aprovação para uso:
A vacina da SinoVac/Inst. Butantan está no primeiro grupo; a vacina da Oxford/AstraZeneca está no segundo grupo; as vacinas da Pfizer/BionTech e da Moderna estão no terceiro grupo; a vacina da Novavax está no quarto grupo.
Por outro lado, nunca se discutiu antes com tanta ênfase, a questão da eficácia de uma vacina: sempre tomamos as vacinas recomendadas para cada tipo de doença e, pelo menos ao que me lembro, nunca vi ninguém questionando isso. Na verdade, acabou sendo consequência da politização em torno das vacinas, obviamente movida também pelos interesses financeiros. Mas não é objeto deste post tratar disso. O importante é que estamos muito perto de podermos receber as vacinas e, assim, minimizarmos as perdas humanas e econômicas decorrentes das mortes ocasionadas pelas complicações do COVID-19.
Também não irei tratar aqui dos erros ou acertos nas políticas de afastamento social, uso de proteções, etc., que foram implementadas em níveis e abrangências distintas também motivadas por razões não científicas.
Como calcular a eficácia de uma vacina
Se “V” é o número de pessoas do grupo que tomou vacina e “P” o número de pessoas do grupo que tomou placebo e tivemos “v” contaminados no grupo que tomou vacina e “p” contaminados no grupo que tomou placebo, a fórmula para determinar a eficácia da vacina é dada por:
Se os grupos, como de praxe acontece, têm números de pessoas bem próximos (“P” é quase igual a “V”), a fórmula pode ser simplificada da seguinte forma:
Assim, com os resultados dos testes em mãos e classificando-se por tipo de sintoma observado, se pode definir eficácias distintas para cada um: casos muito leves, casos leves, casos moderados e casos graves. O que se chama “eficácia global” e a simples conta que se faz com o número total de pessoas que apresentaram algum tipo de sintoma, sem considerar a gravidade desse sintoma.
Cada tipo de vacina tem e sempre terá seus prós e seus contras; é fato que nunca se validou qualquer vacina antes com “tão pouco tempo de testagem e sem o histórico devido”. Mas a situação é de emergência e estamos lidando com instituições de boa reputação. Seja qual for a vacina alocada para cada população/estado, há que se tomá-la o quanto antes; mesmo que se atinja a imunização de rebanho (cerca de 80% da população vacinada), o que se evitará é a propagação. Mas não que aqueles não vacinados possam pegar o COVID-19.
Eu, por meu lado, e todos aqueles que passaram por situação semelhante, teremos que aguardar um pouco mais até serem divulgados os estudos relativos aos imunodeficientes.
Mas vocês que não têm esta restrição, NÃO DEIXE DE SE VACINAR!!! Acima de qualquer ideologia está a vida; já estamos tendo exemplos demais de pessoas que por um motivo ou outro, negligência ou fatalidade, perderam suas batalhas para a doença!
No próximo post: restrições para atividades ao ar livre
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