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Foto do escritorLierson José Godinho Brígido

POST 21

21.02.2021 - A vacina da vida


Volto a tratar da vacina contra o COVID-19, não para falar tecnicamente dos tipos e reiterar a importância de todos, principalmente os imunodeprimidos, nos vacinarmos. Mas porque já vivemos algumas semanas do início das vacinações e continuamos a ver batidas de cabeça e ações despropositais que resultam em mais casos e, infelizmente, mais mortes.


A situação econômica mostrou sua cara e “obrigou” a muitos chefes de família (homens e/ou mulheres) abandonarem as restrições a que se impuseram por força da proliferação dos casos; ter o comer passou a ter muito mais importância do que uma eventual contaminação. Nossos governantes continuam a trocar farpas e a indicar ações distintas, cada um embalado por suas convicções (?) e interesses.


A população, perdida entre tantas in/desinformações, age, ora numa direção, ora na outra. Os mais jovens, talvez por rebeldia, talvez por ignorância, se colocam em situações ainda mais perigosas ao participarem de raves, festas e encontros clandestinos, normalmente desprotegidos, sem se dar conta que depois destas, têm que retornar às suas casas e com grande possibilidade de infectar seus irmãos, pais e avós.


Diferentemente de tantos outros países, em que suas culturas e realidades vividas impuseram comportamentos muito distintos e mais alinhados com o bem comum, o Brasil, longe disso, vive o “deixa a vida me levar, vida leva eu ...”. Triste!


Somos um país relativamente jovem (520 anos), com uma população praticamente vinda de todas as partes do mundo, difusa e miscigenada, mas que não conseguiu ainda criar o espírito de corpo, de unidade e de interesse comum. Basta ver quantos casos de corrupção com o dinheiro da sociedade se comentem a cada dia; dinheiro esse que poderia ser empregado na melhoria das condições sociais e econômicas das pessoas. E por mais que se combata (há tempos de combate mais sério e outros menos sérios), não se consegue extirpar esse mal entre nós.


Mas a juventude do país deveria servir de mote para a criação desse espírito de corpo, de unidade; mas para isso falta vontade. Tanto política, quanto dos próprios cidadãos. Vivemos os tempos do “antes eu ...”. Quem sabe um dia!


Bom, voltemos para a vacina. Infelizmente continuo experimentando (agora menos, devo confessar) em meu dia a dia, principalmente nos grupos sociais de que participo, a discussão sobre “esta ou aquela vacina”, “distanciamento social ou retomada da vida econômico-social”. Enquanto discutimos isso e, por falta de planejamento e organização, as vacinas não vêm em número suficiente para atender à toda a população, o “Seu Vírus” vai dando um jeitinho de se adaptar ao ambiente, criando novas cepas – mais infecciosas e mortais, fazendo que nos perguntemos se as vacinas cobrirão as novas variantes.


Não me cabe aqui (e não é este o propósito de meu blog) criticar A ou B por suas ações em favor da saúde pública; tenho minhas opiniões e convicções? Obviamente que tenho. Mas deixo isso para meu outro blog que trata de opiniões políticas e jurídicas (Direiteando – Opiniões de um quase-leigo), Aqui o objetivo é trazer informações e dicas para as pessoas que passam/passaram pela mesma situação que eu passei e tiveram que fazer um transplante de medula óssea; para elas, seus familiares e acompanhantes. Isso porque nos foi dada uma segunda chance, uma segunda vida. E não a podemos desperdiçar por qual motivo for.


Falando em segunda chance, hoje minha esposa Viviane me leu uma frase de Confúcio que muito representa isso e que reproduzo aqui: “Todos temos duas vidas. A segunda começa quando percebemos que só temos uma”.


E essa segunda vida não pode ser desperdiçada por convicções criadas por influência de terceiros, principalmente daqueles que não viveram o que nós vivemos. Não se deixe levar pelas conversas de quem está defendendo posições políticas, interesses escusos. Vacinas salvam e protegem. Nós, os transplantados, sabemos bem disso: tivemos e temos que recomeçar com o calendário de vacinações como se fôssemos recém-nascidos! E ninguém questiona se as vacinas tríplice, contra a hepatite ou contra a pneumo funcionam ou têm eficácia x ou y: nós simplesmente nos dirigimos aos postos de saúde e as tomamos. Porque sabemos o que pode acontecer se uma dessas doenças nos acometer!


Já está encaminhada a prioridade para os imunodeprimidos: dependemos agora “apenas” da disponibilização de mais vacinas: não deixe de tomá-la! As duas doses, seja qual vacina for (nenhuma delas possui o vírus ativo e, portanto, não devem representar nenhum risco para nós. Não faça isso contra você ou contra aqueles que os amam. Proteja-se para poder proteger.


E todos àqueles que não estão no mesmo grupo de risco que nós, os imunodeprimidos, não se deixem levar por pessoas inconsequentes e que não prezam a vida: vacinam-se, protejam-se e amem a vida e seus semelhantes.


Um ótimo domingo para todos vocês!




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