30.10.20 - A mudança para São Paulo e o começo da vida profissional e familiar
Resolvi estudar engenharia eletrônica; tinha isso comigo desde muito cedo. Me impressionava o rádio e como saía aquele som daquela caixinha. Até que resolvi abrir um (que obviamente nunca mais voltou a funcionar), fazendo-me prometer naquela ocasião – acho que tinha uns 5 ou 6 anos, que um dia aquilo não seria mais um bicho de 7 cabeças para mim.
Foi esse fato que me levou a me preparar para o vestibular da MAPOFEI (foi o último ano em que essas faculdades faziam um concurso juntos), culminando como minha aprovação para a E. E. Mauá em São Caetano do Sul, em janeiro de 1975. Fui então forçado a me mudar para São Paulo, para poder frequentar a faculdade.
Mas não perdi os laços com a cidade de Lençóis Paulista: mantive a rotina quase semanal de viajar para lá para continuar com meus esportes e encontrar meus amigos. Dessa época me recordo com carinho das presenças nos Jogos Regionais do Interior (pela cidade) e dos campeonatos de futebol de campo e de salão que disputei sempre muito empolgado. Num dos Jogos regionais, em que eu tinha me preparado para o tênis de campo e os saltos ornamentais (em Presidente Prudente), fui jogado numa “fria”: participar da competição de xadrez como primeiro tabuleiro da cidade (não tínhamos outra opção, e era para pelo menos termos essa presença).Isso, graças ao meu “grande amigo” José Carlos Cintra, com quem eu aprendi o xadrez – mas foi uma grande experiência.
Formei-me em 1979 em engenharia elétrica-modalidade eletrônica. Foi um período muito interessante esse de faculdade, pois ainda estávamos numa época de exceção política, com governos militares se sucedendo. Não tive pessoalmente muitos percalços, mas acompanhei algumas situações inusitadas com visitas ao nosso centro acadêmico e manifestações mais incisivas. Foram 5 anos de muito aprendizado e de muitas amizades, as quais conservo com muito carinho até hoje – também nos reunimos vez por outra e nos mantemos em contato pelas redes sociais.
Comecei a trabalhar na AEG Telefunken como engenheiro de sistemas, em junho do ano seguinte. Seguiram-se (mesma empresa, apenas com mudanças sucessivas de nome e controlador) a Siteltra S.A. a Siteltra Ltda., a TeleMulti, a Bosch – que me possibilitou morar com minha família por um pouco mais de 2 anos na Alemanha, e a Marconi: foram quase 25 anos maravilhosos e de grande aprendizado. Desse período guardo grandes amigos também; nos reunimos sempre e quando possível.
Casei-me em 1982, tenho 3 filhos maravilhosos, 2 noras muito queridas e uma esposa amorosa, dedicada e que me “aguenta” há mais de 38 anos. E será parte importante desta história. Minha esposa, meus filhos e noras, meus pais, meus 3 irmãos e cunhadas e todos os demais membros da família me deram todo o apoio e suporte que eu precisei no momento do diagnóstico e nos dias, semanas e meses que se passaram. Também serão personagens importantes aqui.
No próximo post: como tudo começou.
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